segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Os irmãos Schumann



Mais conhecidos como irmãos Schumann, Willy e Werner nasceram em União da Vitória, cidadezinha do sul do Paraná. Mas após três anos, em 1968, a família mudou-se para Curitiba. Atualmente, Werner mora na Inglaterra e Willy, que chegou a morar em Munique, Alemanha, voltou a morar na capital paranaense.

Werner estudou fotografia, roteirização e montagem na Fundação Cultural de Curitiba e Willy é formado em Jornalismo, diretor de cinema e produtor audiovisual. Os dois já desenvolveram vários projetos juntos, entre eles os filmes “De Bona - Caro Nome”(vencedor do Prêmio Fiat do Brasil), “Ervilha da Fantasia” (sobre o poeta Paulo Leminski), “Pioneiro do Cinema” (vencedor do Prêmio do Governo do Estado do Paraná e do Tatu de Ouro de Melhor Ficção na XXI Jornada Internacional de Cinema da Bahia), entre outros.

Abaixo vocês lerão a entrevista que fizemos com o cineasta Willy, que conta um pouco sobre sua história e sua vivência no mundo do cinema. Não deixe de conferir os links vinculados aos filmes citados!

O WILLY

- Quando percebeu que gostava de cinema?
Foi em meados da década de 80. Éramos muito jovens e descobrimos a possibilidade de fazer filmes na bitola 8 mm, através de cursos promovidos pela Cinemateca do Museu Guido Viaro, atual Cinemateca de Curitiba.

- Há alguma figura do mundo do cinema em que se espelhe?
Seria um “lugar comum” ficar citando cineastas que nos influenciaram ou os filmes que foram mais impactantes para nós, mas claro que há vários diretores europeus e americanos que, a partir de seus filmes, enriqueceram a nossa maneira de fazer filmes.

 
OS SCHUMANN
 
 
- Como é trabalhar com seu irmão?
Werner e eu somente trabalhamos juntos quando há um projeto fílmico de interesse comum. Trabalhar com ele é ótimo porque é um homem centrado naquilo que faz. Temos uma relação de muita amizade e cumplicidade.
 

 
- Em seus primeiros trabalhos, acreditavam que chegariam tão longe?
Nós não pensávamos a respeito. O que nos fascinava era a magia de se contar uma história através da construção imagética.
A PARCERIA

 
- Qual o prêmio recebido que mais te surpreendeu, que achava que não iriam ganhar?
Foi no inicio da década de 90. Um dos prêmios que nos surpreendeu foi o troféu “Tatu de Ouro” de Melhor Ficção na XXI Jornada Internacional de Cinema da Bahia pelo filme “Pioneiro do Cinema”, que foi roteirizado, dirigido e interpretado por nós. Aliás, nós nunca fizemos cinema para buscar prêmios. Os festivais são necessários porque há uma grande visibilidade para mostrar um filme independente.
 


- Poderia fazer um comentário sobre o filme “Ervilha da Fantasia”,vencedor do Curitiba Arte10, e também sobre “O Coro”?
O filme “Ervilha da Fantasia”, que é co-produzido por mim e dirigido pelo Werner, foi feito sem pretensão alguma. Queríamos registrar o pensamento do poeta Paulo Leminski que tínhamos contato e nos fascinava pela sua obra. Com o passar do tempo, o filme se tornou importante pelo registro de um artista, pensador imortal. São os caprichos da história cultural do nosso país.
“O Coro” é um filme, cuja temática, abre uma importante discussão sobre o existencialismo, além de ter uma linguagem, que de certa maneira, foi influenciada por esse período em que vivemos na Europa. O Werner hoje ainda mora na Inglaterra, e eu, que vivi por dois anos na Alemanha, em Munique, agora estou no Brasil.

Ervilha da Fantasia

O Coro

 
VISÃO

- Qual a principal diferença que você identifica entre o cinema brasileiro e o cinema exterior?
O que difere o cinema brasileiro do cinema europeu ou americano é a sua linguagem e propósito cultural. Até mesmo a luz tropical é bem diferente da luz europeia e americana.

- Como você enxerga o cinema curitibano perante o resto da produção do país?
É um cinema que vem ganhando espaço. A partir do momento que se produz filmes de qualidade, se ganha o respeito da crítica e consequentemente acaba indo de encontro a uma possibilidade mercadológica. Você pode produzir um filme no lugar mais remoto do planeta, mas se ele tiver alguma consistência ele terá seu espaço.

- Em que fase acredita que o cinema brasileiro se encontra: ainda iniciando, já possui grandes projetos, ou longe de se destacar na esfera internacional?
O cinema brasileiro é um cinema de muitas fases. Enquanto indústria de entretenimento ainda não se estabeleceu e isso ainda vai levar muito tempo. Apenas um filme ou outro acaba virando destaque internacional e consequentemente terá uma carreira mais longa.

O FUTURO

- Está com algum projeto em andamento?
Estou finalizando o longa metragem “Música & Violência” que conta a história de quatro músicos matadores de aluguel em Curitiba. Este filme ainda não tem previsão de lançamento.

- Qual o seu sonho?
Creio que é necessário dar continuidade ao trabalho que iniciamos ainda quando garotos. Vamos continuar trabalhando a partir dessa necessidade de expressão cultural, seja através da imagem ou de novas plataformas tecnológicas. Meu sonho é continuar produzindo, independente das circunstâncias.
Além de cineasta sou jornalista por formação e quero desenvolver projetos que envolvam o cinema e o jornalismo, que também é minha grande paixão. Estou também muito focado na literatura. Em breve lanço o meu primeiro romance intitulado “Cidade dos Monges”, inspirado no período em que trabalhei na Europa como correspondente internacional para a revista Bem Público. O sonho é um importante estimulante para materializar aquilo que almejamos.


O cineasta Willy também trabalha em sua produtora "041 Cine & Vídeo" e possui uma coluna no site Paraná Online.

Produção: Rubia Oliva e Julio Glodziesnki
Texto: Letícia Donadello
Correção: Virginia Crema e Aline Przybysewski
Edição: Etiene Mandello
Imagens: Divulgação

Coluna Parana online
041 Cine & Vídeo

 

China em foco, festival de cinema visa promover a liberdade no país



A China foi o foco principal num evento cinematográfico anual no último fim de semana em Ottawa, Canadá, que celebrou documentários corajosos e questionadores e envolveu o público num sério debate, algo que os organizadores sentem faltar em muitos eventos.
Entre suas seleções deste ano, o 3º Festival Anual de Cinema do Pensamento Livre apresentou dois filmes interessantes sobre a China que visam conscientizar e discutir questões fundamentais como liberdade, democracia e direitos humanos.
‘Morte pela China: Um emprego perdido por vez’ (‘Death by China: One Lost Job at a Time’) analisa o custo para os EUA de sua relação comercial com a China, com destaque para os desequilíbrios comerciais crescentes, as práticas desleais de comércio do regime e as consequências nos EUA, como o fechamento de fábricas, o desemprego e o aumento da dívida detida pela China.
‘China Livre: A coragem de acreditar’ (‘Free China: The Courage to Believe’) é um documentário premiado que conta as histórias de Jennifer Zeng e Charles Lee, que foram presos na China por sua crença na prática espiritual do Falun Gong e sobreviveram à tortura e ao trabalho forçado.
O festival, realizado na Biblioteca e Arquivos do Canadá entre 1º e 4 de novembro, foi apresentado pela Sociedade Cinematográfica do Pensamento Livre.
Sem respeito pelo próprio povo
“Eu quis dar a China um grande foco em nosso festival deste ano para que os canadenses possam ver por si mesmos os abusos dos direitos humanos, as práticas retratadas da China e para colocarem alguma pressão sobre o governo canadense no sentido de trabalhar pela democracia e a liberdade do povo chinês”, disse Fred Litwin, o presidente e fundador da sociedade.
“Isso é que é importante e esse é o meu objetivo”, acrescentou Litwin, falando com a emissora NTDTV em 2 de novembro na exibição de “Morte pela China”.
Num painel de debates após a exibição, Greg Autry, coautor e produtor de ‘Morte pela China’, falou sobre a ausência de direitos dos trabalhadores e das normas de trabalho na China.
“[A China] não respeita seu próprio povo”, disse ele. “As centenas de milhares de pessoas que são mutiladas e mortas a cada ano na indústria e extrativismo [de mineração] na China deveriam deixar os canadenses arrepiados.”
David Kilgour, ex-secretário de Estado (Ásia-Pacífico), destacou o risco que os investidores estrangeiros enfrentam ao fazerem negócios na China, observando o caso de uma empresa que perdeu milhões de dólares de investimento quando foi de repente “privatizada” por oficiais do governo.
“Eu não investiria um centavo na China até chegar o Estado de direito”, disse Kilgour.
Jennifer Zeng, que vive na Austrália atualmente, mas esteve em Ottawa para participar de ambas as exibições, descreveu as atrocidades sofridas pelos prisioneiros nos campos de trabalho chineses.
“[Os guardas] inventaram uma maneira de usar duas escovas de dente colocadas juntas com as cerdas para fora e empurrá-las dentro da vagina de praticantes do Falun Gong e torcer e torcer até virem sangue sair”, disse ela.
“Tortura sem fim é uma parte de nossa vida nos campos de trabalho.”
‘China Livre’ também descreveu como praticantes do Falun Gong foram selecionados para terem seus órgãos e condição física examinados sob custódia. Resultados de investigações independentes concluíram que o regime chinês está envolvido na colheita forçada de órgãos sistemática e em grande escala de prisioneiros da consciência do Falun Gong para abastecer um comércio de órgãos lucrativo.
“A esperança está na educação”
O parlamentar conservador Bryan Hayes participou da exibição de ‘China Livre’ no sábado.
Numa entrevista com a NTDTV, ele comentou sobre o sistema de prisão de trabalho forçado retratado no filme que produz artigos vendidos no Ocidente, como chinelos Bart Simpson e luzes de Natal.
“Entender o que realmente está acontecendo foi perturbador, muito perturbador”, disse ele, e acrescentou, “A esperança está na educação”.
“Divulgar o que realmente está acontecendo [...] é extremamente importante, porque as pessoas precisam ver, as pessoas precisam ouvir.”

Fonte
www.epochtimes.com.br